terça-feira, 29 de maio de 2012

Se Vira Ribeirão


Se Vira 1
Se Vira 2
Se Vira 3

Trabalhar nas vinhetas acima foi a forma que encontrei de contribuir, pra talvez o maior movimento organizado pela sociedade civil da história de Ribeirão Preto.
Após a prefeitura deixar a cidade de fora dos eventos oferecidos pela Virada Cultural Paulista, um grupo de pessoas de diferentes grupos da sociedade civil: artistas, publicitários, professores, estudantes se uniram e se organizaram para realizar uma Virada Cultural Independente.
Sem apoio do poder público e através de uma postura de doação admirável, um grupo de aproximadamente 40 pessoas movimentaram-se através de vários meios.
Porém um em especial destacou-se, e tornou-se o principal veículo de organização, divulgação e mobilização: o Facebook.
A rede social possibilitou a formação de grupos de trabalhos e ações individuais compartilhadas e discutidas, em uma velocidade e eficiência tão grande, que a ação transformou-se em um grande movimento envolvendo mais de mil pessoas em questão de dias.
Eleição de logo tipo, canecas, camisetas foram primeiras ações do grupo na rede.
Em pouco tempo o movimento tornou-se uma marca, contagiando milhares de pessoas.
Era instigante trabalhar ao lado de pessoas que se doavam para ver acontecer um evento independente realizado e organizado através de um ativismo digital inétido.
Não havia lideranças, não havia cobranças, cada um contribuia como e quando podia.
E a somatória desses esforços resultaram num grande evento cultural com mais de 100 apresentações, em 9 espaços diferentes espalhados pela cidade.
Estima-se que mais de 10 mil pessoas passaram pela Virada Cultural Independente.
A Policia Militar esteve presente para barrar o evento alegando falta de alvará.
Houve uma pressão popular e logo a PM se foi. O ocorrido serviu para prejudicar ainda mais a imagem do poder público diante de vários grupos diferentes da sociedade.
O mais importante e impactante foi testemunhar centenas de pessoas, dos mais variados grupos e classes socias transitarem e compartilharem apresentações de bandas de diferentes estilos, (do jazz ao maracatu) malabares, projeções, sapateado, peças teatrais, palestras e filmes sobre sustentanbilidade e muitas outras ações apresentadas.
Foi incrível ver um jovem de classe média descendo uma rua da baixada tocando beribau, quando um grupo de crianças aproximaram-se e começaram a dançar e a brincar de capoeira. O curioso que dois desses garotos que brincavam se destacaram pela gritante diferença de raça e cor. Um era negro, o outro branco caucasiano, loiro quase albino. Ambos dançavam sob a vibração contagiosa do beribau que descia despretensiosamente a rua, que se preparava para a grande festa. Fiquei arrependido de não estar com a máquina fotográfica em mãos naquele momento.
Encostado em uma grade de um dos palcos havia uma garotinha de uns 6 anos, moradora da casa bem em frente. Estava com os olhos fixos para os músicos que se apresentavam. Seguia admirada por tudo que estava acontecendo bem na porta de sua casa. Ali pude conversar com ela e ver o quanto toda aquela multidão de desconhecidos que se amontoavam na porta de sua casa, modificaram e iluminaram seu cotidiano.
Estas foram apenas algumas das muitas e muitas histórias de trocas, envolvimento e transformação cultural ocorridas no evento.
Roqueiros, motoqueiros, emos, bailarinos, MCs, bboys, artistas, estudantes de todas as idades, cores e classes reunidas em uma rua esquecida da cidade.
Partcipar disso foi aprender como que uma idéia, uma visão pode contagiar e movimentar pessoas.
Foi a comprovação que a Alteridade, o contato e a troca com o "diferente" é incrivelmente rico e transformador.
Reacendeu a vontade e a crença de uma política pública possível e transparente, onde a ação coletiva mostra resultados claros.
Foi um daqueles momentos únicos onde aprendizado e diversão se misturaram... e inspiraram.
Abaixo fotos que fiz enquanto estava com a câmera por perto:

















2 comentários:

  1. Le, que ótimo! Aos poucos os recursos do blog vão ficando mais claros e você se adapta!rs Parabéns pela iniciativa.. pelos videos.. e por tudo o que você coloca a mão e, com uma dedicação e um profissionalismo admirável, transforma em arte. Ahow! Novos ares, nova fase! Força e coragem!

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